
A segunda fase do Torneio ocorreu em um quadrangular e o clube que conquistasse mais pontos se tornaria grande campeão. Nessa fase, como na anterior, o Coritiba jogou mais fora de seus domínios (uma partida em Curitiba e duas fora).
1º Jogo - Vitória na raça
O Corinthians começou retrancado para empatar e, como na partida da 1ª fase, usou de violência para tentar parar os atacantes do Coritiba.
Faltando dois minutos para o jogo terminar, Orlando cobrou uma falta na cabeça de Oberdan, que assinalou o gol da vitória. Coritiba 1x0 Corinthians
*. O Coxa assumiu a liderança do Torneio do Povo e em seguida viajou ao Estado da Guanabara para enfrentar o Flamengo.
*21/02 - Coritiba 1x0 Corinthians
Local: Belfort Duarte – Curitiba - PR.
Árbitro: José Aldo Pereira (RJ).
Renda: Cr$ 149.649,00 para 18.965 pagantes.
Gols: Oberdan aos 43’ do 2º tempo.
CORITIBA: Jairo; Orlando, Pescuma, Oberdan e Nilo; Hidalgo e Negreiros; Sérgio Roberto (Reinaldinho), Leocádio, Zé Roberto e Cláudio.
Treinador: Tim.
CORINTHIANS: Ado; Zé Maria, Vágner, Luís Carlos
e Miranda; Tião e Adãozinho (Nélson Lopes); Vaguinho, Mirandinha (Tião Marino), Lance e Marco
Antônio. Treinador: Duque.
O Corinthians veio retrancado para empatar e, como na partida da 1ª fase,
usou de violência para tentar parar os atacantes do Coritiba.
O jogo parecia se encaminhar para um 0x0*… Zé Roberto jogava mal. O diretor de futebol, Luís Afonso Alves de Camargo, a todo instante pedia ao técnico Tim pela saída do atacante coxa-branca. Até que aos 28’ minutos do 2º tempo, Reinaldinho, que substituiu Sérgio Roberto, cruzou na cabeça de Zé Roberto, que fez o gol da vitória Coritibana. Tim se dirigiu ao diretor e afirmou: “Luís Afonso, craque a gente não tira.”
Faltando apenas uma rodada para terminar o Torneio do Povo de 1973, o Coritiba lidera com quatro pontos, seguidos pelo Bahia com dois pontos. Um simples empate em Salvador daria o título ao clube paranaense.
*25/02 - Coritiba 1x0 Flamengo
Local: Maracanã – Rio de Janeiro - RJ.
Árbitro: Sebastião Rufino.
Renda: Cr$ 218.371,00 para 27.402 pagantes.
Gols: Zé Roberto aos 28’ do 2º tempo.
CORITIBA: Jairo; Orlando, Oberdan, Cláudio e Nilo; Hidalgo (Dreyer) e Negreiros; Sérgio Roberto (Reinaldinho), Zé Roberto, Leocádio e Aladim.
Treinador: Tim.
FLAMENGO: Renato; Moreira, Chiquinho, Fred e Rodrigues Neto; Liminha e Chiquinho II; Rogério, Dario, Doval e Arílson (Víctor).
Treinador: Zagallo.
Zé Roberto, de cabeça, marca o gol da vitória coxa-branca no Maracanã
3º Jogo - Decisão com muita emoção
Aos 24’ minutos do 1º tempo, o Coritiba saiu na frente, contra o Bahia, com golaço de Aladim, de fora da área.
No 2º tempo, o Bahia voltou pressionando e conseguiu o gol do empate aos 14’ minutos, através de uma cobrança de pênalti. Dois minutos depois, o Bahia fez a virada em um lance que gerou muita reclamação por parte dos jogadores do Coritiba, que queriam que fosse marcado o impedimento. O árbitro confirmou o gol e ainda expulsou Cláudio Marques e Hidalgo.
Com dois jogadores a menos, o Coritiba precisava chegar ao empate para se sagrar campeão.
Aos 27’ minutos do segundo tempo, Zé Roberto recebeu uma bola e lançou na medida para Hélio Pires, no meio dos dois zagueiros. Um torcedor baiano (Antônio Sá Teles) apitou das arquibancadas e a defesa do Bahia parou, pensando ter o juiz marcado impedimento. Dreyer gritou “chuta logooo”. Nosso atacante prosseguiu e empatou o jogo. A “arataca”* criada por Tim foi altamente eficiente.
*“Arataca” criada!
Quando o estrategista Tim bolava uma tática pouco convencional, ele dizia ter criado uma “Arataca”.
Ele tirou Negreiros e Leocádio e colocou Dreyer e Reinaldinho em seus respectivos lugares para recompor a defesa. Assim, Tim bolou: “Vamos deixar o Hélio Pires no meio dos dois zagueiros e o Zé Roberto vai cair totalmente aberto pela esquerda. Toda bola que a defesa pega, deve lançar rapidamente para o Zé Roberto”.
Quando o árbitro deu a partida por encerrada, os jogadores do Coritiba correram para comemorar a conquista no vestiário. Os dirigentes baianos pressionaram o juiz, por não ter dado descontos, decorrentes da confusão ocorrida na expulsão dos jogadores Coritibanos. Os atletas foram então obrigados a voltar ao gramado para jogar mais três minutos.
Com apenas nove atletas em campo e em território inimigo, o Coritiba comprova a mística Alma Guerreira e conquistava assim o primeiro título brasileiro de uma equipe paranaense.
*21/03 - Coritiba 2x2 Bahia
Local: Fonte Nova – Salvador - BA.
Árbitro: José Marçal Filho (RJ).
Renda: Cr$ 168.607,00 para 21.975 pagantes.
Gols: Aladim aos 24’ do 1º; Fito aos 14’, Peri aos 16’ e
Hélio Pires aos 27’ do 2º tempo.
Expulsões: Hidalgo e Cláudio aos 16’ do 2º tempo, além do diretor de futebol, Luiz Afonso.
CORITIBA: Jairo; Orlando, Oberdan, Cláudio e Nilo; Hidalgo e Negreiros (Dreyer); Leocádio (Reinaldinho), Hélio Pires, Zé Roberto e Aladim.
Treinador: Tim.
BAHIA: Zé Luís; Ubaldo, Washington, Roberto e Romero; Baiaco e Fito; Natal, Douglas, Picolé (João
Daniel) e Perí.
Treinador: Evaristo de Macedo.
Na confusão, Hidalgo e Cláudio Marques são expulsos.
Taça de Campeão do Torneio do Povo de 1973.