Escrevi esta poesia quando fomos campeões em 1999.
Cito nela o nome do meu pai Adyr que não pode ir ao jogo.
O Coritiba tinha 90 anos e eu 39.
UM CORAÇÃO E AS TRÊS LÁGRIMAS
Queria escrever um poema
Mas farei apenas um desabafo
Era uma tarde fria
o sangue corria para esquentar o coração
Saiu um gol. Um simples gol
Um título
Algo aparentemente normal
Só aparência
Este ato termina um outro longo ato
Quase dez anos que se iniciou a peça
Ou será trinta e nove ou noventa ?
Não sei
Ela foi escrita passionalmente
Certa ou errada
Justa ou não
O que fica é a beleza final
Ela completou um terço de sua existência
Trinta anos de alegria
Poucos conseguem isso
Talvez por isso essas lágrimas saem do meu coração
Da minha alma ou simplesmente dos meus olhos
Que estavam tão amargurados
Me recupero passo a mão no rosto
E olho para traz
Onde está o culpado
Aquele que não precisou me ensinar
Para que eu gostasse dessas cores
Ele não veio
Procuro-o desesperadamente
Não o encontro
Vejo outros da sua idade
Olho no seu semblante e me confundo
As minhas lágrimas se misturam
Com outros Seus Adyres
Brindo por eles
Brindo por você
Falta a terceira lágrima
Esta é a mais doída
A que reflete o nosso país
Na saída do estádio
Um Senhor passa correndo
Atrás de um moleque
Não o alcança
O menino roubou as fitinhas
As fitinhas de Campeão
Que ele vendia
Muito custo para adquiri-las
Muito o que fazer com aquele lucro
E um menino fez talvez
Um Seu Adyr chorar
Um choro de dor
Dor da fome
Dor da perda
Dor do sonho desfeito
Desculpe-me
Pois
Nunca vou deixar de falar ou escrever
O que meu coração derrama.
Saudações
Sonhos
Vida
Dor
Vida
Sempre
Sergio Debiazio
Escrevi esta poesia quando fomos campeões em 1999.
Cito nela o nome do meu pai Adyr que não pode ir ao jogo.
O Coritiba tinha 90 anos e eu 39.
UM CORAÇÃO E AS TRÊS LÁGRIMAS
Queria escrever um poema
Mas farei apenas um desabafo
Era uma tarde fria
o sangue corria para esquentar o coração
Saiu um gol. Um simples gol
Um título
Algo aparentemente normal
Só aparência
Este ato termina um outro longo ato
Quase dez anos que se iniciou a peça
Ou será trinta e nove ou noventa ?
Não sei
Ela foi escrita passionalmente
Certa ou errada
Justa ou não
O que fica é a beleza final
Ela completou um terço de sua existência
Trinta anos de alegria
Poucos conseguem isso
Talvez por isso essas lágrimas saem do meu coração
Da minha alma ou simplesmente dos meus olhos
Que estavam tão amargurados
Me recupero passo a mão no rosto
E olho para traz
Onde está o culpado
Aquele que não precisou me ensinar
Para que eu gostasse dessas cores
Ele não veio
Procuro-o desesperadamente
Não o encontro
Vejo outros da sua idade
Olho no seu semblante e me confundo
As minhas lágrimas se misturam
Com outros Seus Adyres
Brindo por eles
Brindo por você
Falta a terceira lágrima
Esta é a mais doída
A que reflete o nosso país
Na saída do estádio
Um Senhor passa correndo
Atrás de um moleque
Não o alcança
O menino roubou as fitinhas
As fitinhas de Campeão
Que ele vendia
Muito custo para adquiri-las
Muito o que fazer com aquele lucro
E um menino fez talvez
Um Seu Adyr chorar
Um choro de dor
Dor da fome
Dor da perda
Dor do sonho desfeito
Desculpe-me
Pois
Nunca vou deixar de falar ou escrever
O que meu coração derrama.
Saudações
Sonhos
Vida
Dor
Vida
Sempre
Sergio Debiazio