“Como mostra a história, Coritiba, Atlético-PR, Britânia e Ferroviário se alternavam na conquista de títulos. Na década de 50, porém, o Alviverde venceu sete campeonatos e iniciou assim a supremacia absoluta no estado, situação que perdura até hoje.”

Campeonato Paranaense

Campanha: 10 vitórias - 4 empates - 2 derrotas

Jogo decisivo: Coritiba 2x1 Ferroviário

Data: 16/12/1951

Time Base: Nivaldo, Fedato e Fábio (Beco); Márcio, Merlin e Sanguinetti; Baby, Miltinho, Neno, Toni e Renatinho

Artilheiros da equipe: Miltinho e Tôni (7 gols)

História

Até 1949 havia um considerável equilíbrio de forças no futebol do Paraná. Como mostra a história, Coritiba, Atlético-PR, Britânia e Ferroviário se alternavam na conquista de títulos. Na década de 50, porém, o Alviverde venceu sete campeonatos e iniciou assim a supremacia absoluta no estado, situação que perdura até hoje.

Um ano antes (1950), O Brasil perdeu a Copa do Mundo em casa; uma das maiores tristezas da história do nosso futebol. O Campeonato Paranaense contou pela primeira vez com a participação de um time do interior do estado. Até então as equipes disputavam os campeonatos regionais e o título do Paranaense era decidido pelos melhores de cada região.

Foi no Estadual de 1950 que um erro de arbitragem entrou para a história do futebol paranaense ao tirar o título que o Coritiba conquistou dentro de campo. O Coxa precisava vencer o Ferroviário, o jogo estava empatada em 2x2 e, aos 41 minutos do segundo tempo, Renatinho fez o gol decisivo. Dois jogadores adversários, Pianowski e Nelsinho, arrebentam a rede e correm até o árbitro Manoel Guimarães dizendo que a bola entrou por fora, então ele anula o gol válido.

O fotógrafo Humberto Utrabo, que registrou grandes momentos da vida coritibana, havia registrado o gol e no dia seguinte a capa do Paraná Esportivo e da Gazeta Esportiva, de São Paulo, registram a foto que virou assunto nacional.

O Cori recorreu à Federação Paranaense. O TJD chegou a anular a partida, mas o Ferroviário entrou com um novo recurso junto à CBD, órgão que geria o futebol nacional, que manteve o resultado da partida.

Sob o comando do presidente Reinaldo Dacheux Pereira, o Coritiba mantinha uma forte base. Destaque para o jogador Renatinho (Renato Follador), um ponta veloz com excelente domínio de bola e chute forte e certeiro. Além da dupla de ataque formada por Ivo Rocha e Miltinho.

Nesse ano o lateral Tonico (Antônio da Mota Espezim), que defendeu o Clube por doze anos e foi o primeiro atleta brasileiro a receber o prêmio Belfort Duarte, encerrou sua gloriosa carreira.

Competição

O título de 1951 foi disputado em pontos corridos com jogos em ida e volta. O campeonato contou com a participação de duas equipes do interior: o Jacarezinho e o Monte Alegre.

Apesar de ter sido um torneio muito disputado, o Coritiba sofreu apenas duas derrotas em toda a competição, sendo uma delas porque o avião que levava a delegação alviverde a Telêmaco Borba não conseguiu pousar devido a uma grande tempestade.

Mesmo assim, o árbitro da partida deu a vitória ao Monte Alegre por W.O. e o TJD confirmou a decisão nos tribunais. Mais uma vez o Coritiba não levava a melhor nas decisões judiciais.

O principal adversário do Coritiba na competição foi o Jacarezinho, que disputava o Estadual pela segunda vez. No entanto, nem mesmo as goleadas da equipe do interior por 4x2 sobre o Monte Alegre, 5x1 e 3x0 sobre o Atlético-PR ajudaram a equipe a superar o Coxa.

O Verdão mais uma vez provou sua força. Venceu o Atlético-PR por 4x2, o Britânia por 6x2 e garantiu seu 11º título após vencer o Ferroviário por 2x1, com um gol de Neno marcado no último minuto de jogo.

Colaboração: Grupo Helênicos